Câncer colorretal: tudo sobre o terceiro tipo de tumor mais comum no Brasil
O câncer colorretal é o terceiro tipo mais comum de câncer no Brasil. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima 45.630 novos casos por ano no país, sendo mais frequente entre as mulheres, com 23.660 novos casos, contra 21.970 para os homens.
A doença caracteriza-se pelo aparecimento de tumores no cólon e reto, parte final do intestino grosso. O câncer colorretal tem cura, com grande possibilidade quando diagnosticado precocemente.
Em 2022, 95.953 pessoas precisaram ser internadas no Brasil em decorrência do câncer colorretal, sendo 51,4% homens e 48,6% mulheres, de acordo com dados do SIH/DATASUS disponíveis no Observatório da Saúde Pública. Isso corresponde a uma taxa de 47,2 internações por 100 mil habitantes.
A idade é um fator de risco ao câncer, e a maioria das internações se deu para pessoas acima dos 65 anos, como aponta o gráfico:
Dados do INCA mostram que 20.245 pessoas faleceram devido às complicações do câncer colorretal em 2020, sendo 9.889 óbitos entre os homens e 10.356 entre as mulheres.
Sintomas de câncer colorretal e diagnóstico
O sintoma mais comum do câncer colorretal é o aparecimento de sangue nas fezes, que pode vir acompanhado de:
- anemia
- perda de peso sem razão aparente
- dores e cólicas intestinais
- mudanças dos hábitos intestinais, como prisão de ventre ou diarreia
- alteração no formato das fezes (mais pastosas e escuras, finas e alongadas)
É importante salientar que estes sinais também podem indicar outros problemas no sistema gastrointestinal, sendo fundamental a sua investigação por um profissional de saúde. O diagnóstico se dá por investigação clínica associada a exame de colonoscopia e coleta de material para biópsia.
Em 2022, o SIA-DATASUS registrou a realização de 409.904 exames de colonoscopia pelo SUS no país todo, principalmente entre mulheres. Ao longo da última década, o número de colonoscopias mais que dobrou – em 2013, 203.629 pessoas haviam feito o exame.
Tratamento e prevenção
Boa parte dos tumores de cólon e reto originam-se de pólipos, pequenas lesões benignas que podem ocorrer nas paredes internas do intestino grosso. A detecção precoce e consequente remoção desses pólipos é de grande valia na prevenção do câncer de colorretal, além de aumentar as chances de recuperação daqueles diagnosticados com a doença.
O câncer colorretal é curável e seu tratamento depende principalmente do tamanho dos tumores. A cirurgia é o principal tratamento, quando são retiradas partes do intestino grosso afetada pelos tumores, bem como os gânglios linfáticos, acompanhada de radioterapia e/ou quimioterapia para diminuir as chances de aparecimento de novos tumores.
Ao longo de 2023, mais de 30 mil pessoas foram diagnosticadas e receberam tratamento para esse tipo de câncer no SUS e na rede particular conveniada, segundo informações do Painel Oncologia do DATASUS disponíveis no Observatório da Saúde Pública. Novamente, a faixa etária mais impactada é a de 65 anos ou mais, correspondendo a 43% dos pacientes diagnosticados e em tratamento naquele ano.
Histórico familiar e idade são fatores de risco para o aparecimento do câncer colorretal, daí a importância de consultas médicas regulares para pessoas acima dos 50 anos.
O surgimento do câncer colorretal tem origem em diferentes fatores, sendo doenças pré-existentes no intestino e hábitos alimentares causas para o aparecimento de tumores. Dietas pobres em frutas, verduras e legumes, além do consumo de carnes processadas e alimentos com baixo teor de fibras, podem facilitar o surgimento do câncer colorretal. A Organização Panamericana de Saúde (OPAS) recomenda o consumo de pelo menos 400g diários de vegetais e frutas, incluindo legumes, verduras, nozes e cereais integrais.
Nas capitais brasileiras, de acordo com dados do Vigitel de 2023, somente uma em cada cinco pessoas acima de 18 anos consome a quantidade recomendada de frutas e hortaliças diariamente, o equivalente a 21,3% desse grupo populacional. Já o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados soma 18%.
O uso abusivo de bebidas alcoólicas e o tabagismo prolongado também estão relacionados à ocorrência do câncer colorretal. Este é um sinal de alerta, pois 9,3% da população adulta das capitais fuma – e a alta prevalência persiste mesmo em faixas etárias mais avançadas, ainda segundo dados do Vigitel de 2023.
Março Azul-Marinho: câncer colorretal
O março azul-marinho é o mês do câncer colorretal, dedicado à conscientização sobre o tumor e as causas para o seu aparecimento. O objetivo é informar a população em relação à importância de exames preventivos e à adoção de hábitos que afastem os fatores de risco do câncer colorretal.
A prevenção do câncer e das mortes pela doença está diretamente relacionado ao controle de fatores de risco evitáveis, além da detecção precoce. Por isso, políticas públicas de enfrentamento e ações no âmbito da Atenção Primária à Saúde são fundamentais para o bem-estar e a qualidade de vida da população brasileira. Acesse a coletânea do Observatório da Saúde Pública para continuar lendo sobre outros tipos de câncer mais recorrentes no Brasil.