Saúde em Curitiba: um olhar para hipertensão, diabetes e obesidade

pessoas no centro de saúde de Curitiba
Crédito: José Fernando Ogura/ Secretaria Municipal da Comunicação Social (SMCS) de Curitiba

Curitiba, capital do Paraná, é uma cidade que se destaca pela qualidade de vida de sua população e por soluções inovadoras para problemas urbanos. No setor de saúde não é diferente, com a adoção de prontuários eletrônicos na rede de atendimento e uso da telemedicina para expandir o acesso. Ambas iniciativas contribuem significativamente para a qualidade de vida dos usuários do sistema de saúde com o compartilhamento de informações sobre pacientes, bem como o aumento do acesso aos cuidados médicos.

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A exemplo de outras cidades brasileiras, o enfrentamento às doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) é um desafio para Curitiba. Em 2022, o município registrou 2.645 mortes prematuras causadas por essas doenças – os números são do SIM-DATASUS, consultados no Observatório da Saúde Pública. Abaixo, apresentamos alguns dados sobre hipertensão, diabetes e obesidade na capital paranaense.

Hipertensão

A hipertensão caracteriza-se pela elevação persistente da pressão arterial, aumentando o risco de infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVC), além de lesões nos rins e outros problemas cardíacos. Assintomática, a hipertensão é mais comum após os 50 anos, mas sua prevalência entre a população requer atenção das autoridades e gestores de saúde com a doença. Para saber mais sobre a doença, o “Observatório analisa: Hipertensão” reúne todas as informações importantes, da prevalência à prevenção.

Dados da pesquisa Vigitel 2023 disponíveis no Observatório da Saúde Pública mostram que 25,4% da população adulta de Curitiba convive com a hipertensão arterial. Ela atinge 25,7% das mulheres e 25,1% dos homens, com distribuição regular quanto ao recorte racial. 

A hipertensão arterial também é muito mais comum na maturidade. Em Curitiba, 123.008 pessoas acima dos 65 anos, ou 68,4% da população com esta faixa etária, têm o diagnóstico da doença. Logo após vem o contingente populacional compreendido entre os 55 e 64 anos, com 87.412 diagnósticos (39,1% da faixa etária). Bem próximo vem a faixa dos 45 aos 54 anos, somando 84.395 pessoas diagnosticadas com hipertensão arterial, ou 30,4% desta faixa etária. 

Diabetes

A diabetes é uma doença crônica não transmissível que se caracteriza pela produção insuficiente da insulina, hormônio produzido pelo pâncreas cuja principal função é processar a glicose absorvida pelas células. Segundo a Covitel de 2023, 10,3% da população adulta do Brasil todo têm o diagnóstico para a doença. Em Curitiba, dados da Vigitel do mesmo ano mostram que 9,8% dos curitibanos convivem com o diabetes – 140.442 pessoas de um total de 1.437.554 habitantes. 

A exemplo da hipertensão, são as mulheres com o maior número de diagnósticos para a diabetes em Curitiba, somando 76.814 pessoas, ou 10% da população feminina; os homens diagnosticados com a doença são 63.628, equivalente a 9,5% da população masculina de Curitiba convivendo com o diabetes. 

Obesidade

A obesidade caracteriza-se pelo acúmulo excessivo de gordura corporal com impactos negativos generalizados para a saúde. Está associada principalmente a fatores genéticos, alto consumo de alimentos não saudáveis e sedentarismo crônico. 

Entre as consequências da obesidade estão uma série de cardiopatias e chance aumentada de morte precoce, além de acidentes vasculares cerebrais (AVC).

Em Curitiba, 59,9% da população tem obesidade ou sobrepeso, segundo dados da pesquisa Vigitel 2023. Ela atinge homens e mulheres em proporções parecidas, 64% e 56,4%, respectivamente.

Mitigando as consequências das DCNTs

Mitigar as doenças crônicas não transmissíveis exige abordagem multidimensional que envolva a prevenção, detecção precoce, gestão contínua e promoção de estilos de vida saudáveis, bem como políticas públicas que promovam a saúde, pensando o espaço urbano como estratégia de combate às consequências das DCNTs. Por exemplo, o estímulo ao uso de meios de transporte alternativos, como bicicletas.

Curitiba tem uma longa tradição no uso de soluções inovadoras para o transporte público urbano e investir na malha cicloviária ou mesmo calçamentos adequados para caminhadas é uma consequência natural desta tradição. 

Expandir o uso da tecnologia no sistema público de saúde é outra iniciativa a ser perseguida. Afinal, a capital paranaense também se destaca pela digitalização da saúde com a adoção dos prontuários eletrônicos e oferta da telemedicina. 

Por fim, mas não menos importante, dedicar especial atenção à gestão contínua e integrada dos recursos disponíveis para o setor de saúde, investindo em detecção precoce e fortalecimento da atenção primária para garantir o acompanhamento de pacientes visando a redução de complicações das condições de saúde.