decisão clínica compartilhada diante dos riscos do rastreamento do câncer de próstata
Metadados
Tipologia documental
Título
decisão clínica compartilhada diante dos riscos do rastreamento do câncer de próstata
Autores
Renata Oliveira Maciel dos Santos,Mirhelen Mendes de Abreu,Elyne Montenegro Engstrom
Resumo
Introdução: Evidências atuais apontam para desiquilíbrio entre os benefícios e danos com a prática do rastreamento do câncer de próstata, podendo provocar consideráveis riscos à saúde dos homens. Tal afirmativa fundamentou a recomendação do Ministério da Saúde sobre não estimular a realização dessa prática e a necessidade de discutir todas as implicações desses exames quando o homem solicitar sua realização. Objetivo: Analisar a percepção e experiências de homens e médicos/as sobre a tomada de decisão compartilhada para o rastreamento do câncer de próstata no Brasil. Método: Foi realizado um estudo qualitativo e exploratório, a partir de um grupo focal com homens na maturidade da idade (média: 51 anos) e entrevistas semiestruturadas com médicos/as de unidades básicas de saúde, de diferentes estados do Brasil. Abordagem analítica qualitativa, cujos dados foram categorizados pela análise de conteúdo. Resultados: Identificou-se desconhecimento dos homens sobre os possíveis danos relacionados ao rastreamento desse câncer, além de barreiras de cunho pessoal, cultural e na organização do processo de trabalho, que demonstraram dificultar à comunicação clínica durante a consulta na atenção primária à saúde (APS). De outra parte, os homens referem desejo de maior participação nas escolhas sobre sua saúde, mencionando a internet como uma ferramenta frequentemente utilizada para diminuir a disparidade de conhecimento na relação clínica. Os achados também apresentam estratégias utilizadas pelos médicos/as, como recursos gráficos e ferramentas de comunicação, que ajudam a incluir diferentes perfis de homens na tomada de decisão. Conclusão: A investigação demonstrou que, embora haja avanços em relação ao debate de possíveis implicações danosas do rastreamento do câncer de próstata e exemplos de abordagens inclusivas, essa prática ainda não está consolidada no Brasil, revelando a necessidade de incentivar a participação do homem nas decisões que influenciam diretamente sua qualidade de vida e bem-estar. Dessa forma, há a necessidade de investir em estratégias que facilitem a comunicação médico/paciente e ampliem o debate sobre as possíveis implicações do rastreamento entre os profissionais inseridos na APS e na população.
Editora científica
Data
DOI do documento
Palavras-chave
Comunicação em Saúde,Neoplasias da Próstata,Prevenção Quaternária,Tomada de Decisão Compartilhada