Doenças cardiovasculares: fatores de risco e perfil de pessoas acometidas
Doenças cardiovasculares mataram mais de 400 mil pessoas no Brasil em 2022, de acordo com dados do DATASUS – SIM disponíveis no Observatório da Saúde Pública. Nosso levantamento aponta que é o equivalente a 1.096 mortes por dia, 46 por hora.
Ou seja, as doenças cardiovasculares e/ou doenças do aparelho circulatório, como infarto, hipertensão e acidente vascular cerebral (AVC), estão entre as principais causas de morte no país. No entanto, como poderiam ser prevenidas e quais pessoas são mais impactadas por esses tipos de patologias? Continue lendo abaixo.
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Quem são as pessoas acometidas por doenças cardiovasculares no Brasil?
Assim como a maioria das doenças, as cardiovasculares e circulatórias não impactam os variados grupos de pessoas da mesma forma. Há fatores de risco genéticos e comportamentais, além de determinantes sociais de saúde, que influenciam a prevalência e a mortalidade. Os dados disponíveis no Observatório da Saúde Pública apontam para alguns perfis predominantes.
A prevalência, assim como a mortalidade por doenças do aparelho circulatório, aumenta conforme a idade, e é mais alta acima de 65 anos. Em 2022, 72,7% das mortes no Brasil corresponderam a essa faixa etária, segundo o DATASUS – SIM, seguida de 15% entre 55 e 64 anos.
Embora doenças cardiovasculares já tenham sido tradicionalmente associadas aos homens, os números absolutos evidenciam a necessidade de cuidados para ambos os gêneros. A hipertensão, por exemplo, é mais prevalente em mulheres que em homens nas capitais brasileiras, conforme evidenciam dados históricos do Vigitel, também disponíveis no Observatório da Saúde Pública:
Uma das razões é a menopausa, cujas mudanças hormonais podem provocar aumento de colesterol, triglicérides e pressão arterial, e consequentemente mais problemas cardíacos em mulheres. Em 2022, 52,5% dos óbitos foram de homens (210.181) e 47,5% de mulheres (189.946) – e as mortes foram maioria na faixa etária de 65 anos ou mais.
Por fim, o nível de escolaridade também desempenha um papel significativo na mortalidade. Pessoas com menos anos de estudo têm maiores taxas de mortalidade por doenças cardiovasculares: 63,8% das mortes no Brasil em 2022 aconteceram entre pessoas que tinham até sete anos de estudo, em comparação a 5,5% entre quem estudou 12 anos ou mais. Isso é um reflexo de desigualdades no acesso à prevenção, diagnóstico precoce e tratamento, além de maior exposição a fatores de risco, como alimentação não saudável.
Como prevenir as doenças do aparelho circulatório: cuidados essenciais para a saúde cardiovascular
Apesar dos números alarmantes, muitas doenças cardiovasculares podem ser prevenidas com mudanças no estilo de vida e o controle de fatores de risco. Algumas das principais medidas são:
- Controle de doenças que também são fatores de risco: DCNT (Doenças Crônicas Não Transmissíveis) como hipertensão, diabetes e obesidade são condições que exigem acompanhamento médico regular, pois também podem ser agravantes de outras doenças cardiovasculares e circulatórias.
- Alimentação saudável: priorizar alimentos ricos em fibras, como frutas, legumes e grãos integrais, e reduzir o consumo de gorduras saturadas, sal, açúcar e, principalmente, alimentos ultraprocessados.
- Atividade física regular: a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é praticar ao menos 150 minutos de atividades físicas moderadas por semana. Isso ajuda a controlar o peso e reduzir os níveis de pressão arterial e colesterol.
- Abandono do tabagismo: o hábito de fumar está diretamente ligado ao câncer de pulmão, traqueia e brônquios e a problemas cardiovasculares. Quem fuma tem risco elevado de infarto e AVC. Parar de fumar reduz significativamente esses riscos, além de melhorar a saúde geral.
Compreender o perfil das pessoas mais acometidas por doenças cardiovasculares ajuda a direcionar ações de prevenção e políticas públicas de saúde. A promoção de hábitos saudáveis e o combate a fatores de risco são passos fundamentais para reduzir as taxas alarmantes de mortalidade e melhorar a qualidade de vida da população.